BRINCADEIRA DE CRIANÇA MACHUCA
Ânjelo costumava ficar longe das outras pessoas. Ele gostava mesmo era de se sentar embaixo de uma árvore na hora em que o sol estivesse rachando o solo, de tão quente. De vez em quando, um bando de pombos nojentos ia se juntar a ele. Ânjelo odiava. Dizia todos os palavrões quando um daqueles miseráveis mirava e acertava, bem na sua cabeça, aquele cocô molhado que só as aves, os bebês e as pessoas com diarréia têm. Quando isso acontecia, ele adorava e se divertia muito ao jogar uma pedra na árvore, só para ver o bando se dispersar. Ânjelo considerava isso uma vingança contra o pombo. Isso o deixava feliz.
Novamente, ele estava lá, embaixo da mesma árvore, alvo dos mesmos pombos. Quatro meses depois que Ânjelo passou a odiar tanto a ave, ele completou nove anos. Foi numa quarta-feira, mas ele e sua família só iam ao parque nos domingos. Então, com nove anos e quatro dias de vida, Ânjelo estava prestes a cometer uma grande maldade. Os pombos fizeram o de sempre e, desta vez, ele não teve tanta piedade: jogou a pedra no bicho com intenção de acertar. Ânjelo tinha boa mira. Acertou na asa e o bicho não conseguiu mais voar. Um gato magro estava rasgando as sacolas de lixo do parque. Ânjelo apanhou a ave do chão, chegou perto do gato e jogou o pombo em cima das sacolas. O gato pulou com as duas patas sobre ele. Comeu a asa machucada primeiro. Ele não viu o gato terminar de comer. Saiu. Nunca mais beirou a árvore. Ficava quieto sempre que ia ao parque. Desde aquele dia, jamais viu o gato comer novamente.
Ânjelo costumava ficar longe das outras pessoas. Ele gostava mesmo era de se sentar embaixo de uma árvore na hora em que o sol estivesse rachando o solo, de tão quente. De vez em quando, um bando de pombos nojentos ia se juntar a ele. Ânjelo odiava. Dizia todos os palavrões quando um daqueles miseráveis mirava e acertava, bem na sua cabeça, aquele cocô molhado que só as aves, os bebês e as pessoas com diarréia têm. Quando isso acontecia, ele adorava e se divertia muito ao jogar uma pedra na árvore, só para ver o bando se dispersar. Ânjelo considerava isso uma vingança contra o pombo. Isso o deixava feliz.
Novamente, ele estava lá, embaixo da mesma árvore, alvo dos mesmos pombos. Quatro meses depois que Ânjelo passou a odiar tanto a ave, ele completou nove anos. Foi numa quarta-feira, mas ele e sua família só iam ao parque nos domingos. Então, com nove anos e quatro dias de vida, Ânjelo estava prestes a cometer uma grande maldade. Os pombos fizeram o de sempre e, desta vez, ele não teve tanta piedade: jogou a pedra no bicho com intenção de acertar. Ânjelo tinha boa mira. Acertou na asa e o bicho não conseguiu mais voar. Um gato magro estava rasgando as sacolas de lixo do parque. Ânjelo apanhou a ave do chão, chegou perto do gato e jogou o pombo em cima das sacolas. O gato pulou com as duas patas sobre ele. Comeu a asa machucada primeiro. Ele não viu o gato terminar de comer. Saiu. Nunca mais beirou a árvore. Ficava quieto sempre que ia ao parque. Desde aquele dia, jamais viu o gato comer novamente.
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