BRINCADEIRA DE CRIANÇA MACHUCA
Eu estava longe do lugar onde as pessoas costumavam ficar. Gostava mesmo era de me sentar embaixo de uma árvore na hora em que o sol estivesse rachando o solo, de tão quente. De vez em quando, um bando de pombos nojentos vinha se juntar a mim. Eu odiava. Dizia todos os palavrões quando algum daqueles miseráveis mirava e acertava, bem na minha cabeça, aquele cocô molhado que só as aves, os bebês e as pessoas com diarréia têm. Quando isso acontecia, eu pegava uma pedra do chão e atirava para cima, só para ver o bando inteiro voando.
Novamente, eu estava lá, embaixo da mesma árvore, alvo dos mesmos pombos. Passaram-se quatro meses desde que eu passei a odiar tanto essa ave. Eu tinha acabado de completar nove anos na quarta-feira, mas minha família só ia ao parque nos domingos. Então, com nove anos e quatro dias de vida, eu estava prestes a cometer uma grande maldade. Os pombos fizeram o que sempre faziam comigo. Desta vez, não tive tanta piedade. Joguei a pedra no bicho com vontade de acertar. Minha mira era boa. Acertei a asa e o pombo não conseguiu mais voar. Vi, perto do lixo, um gato magro rasgando as sacolas. Peguei a ave no chão, cheguei perto do gato e joguei o pombo em cima dos sacos de lixo. O gato pulou com as duas patas sobre ele. Comeu a asa machucada primeiro. Não o vi terminar o serviço. Saí. Nunca mais beirei a árvore. Ficava quieto sempre que ia ao parque. Desde aquele dia, jamais vi o gato comer novamente.
Eu estava longe do lugar onde as pessoas costumavam ficar. Gostava mesmo era de me sentar embaixo de uma árvore na hora em que o sol estivesse rachando o solo, de tão quente. De vez em quando, um bando de pombos nojentos vinha se juntar a mim. Eu odiava. Dizia todos os palavrões quando algum daqueles miseráveis mirava e acertava, bem na minha cabeça, aquele cocô molhado que só as aves, os bebês e as pessoas com diarréia têm. Quando isso acontecia, eu pegava uma pedra do chão e atirava para cima, só para ver o bando inteiro voando.
Novamente, eu estava lá, embaixo da mesma árvore, alvo dos mesmos pombos. Passaram-se quatro meses desde que eu passei a odiar tanto essa ave. Eu tinha acabado de completar nove anos na quarta-feira, mas minha família só ia ao parque nos domingos. Então, com nove anos e quatro dias de vida, eu estava prestes a cometer uma grande maldade. Os pombos fizeram o que sempre faziam comigo. Desta vez, não tive tanta piedade. Joguei a pedra no bicho com vontade de acertar. Minha mira era boa. Acertei a asa e o pombo não conseguiu mais voar. Vi, perto do lixo, um gato magro rasgando as sacolas. Peguei a ave no chão, cheguei perto do gato e joguei o pombo em cima dos sacos de lixo. O gato pulou com as duas patas sobre ele. Comeu a asa machucada primeiro. Não o vi terminar o serviço. Saí. Nunca mais beirei a árvore. Ficava quieto sempre que ia ao parque. Desde aquele dia, jamais vi o gato comer novamente.
Um comentário:
vc deve ter ter ficado em choque
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